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O NOVO CORONAVÍRUS É APENAS UMA GRIPE?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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NÃO. O COVID-19 NÃO É mais uma gripe. O COVID-19 é causado pelo coronavírus SARS-CoV-2, enquanto a gripe é causada por tipos do vírus Influenza.

Parece detalhe, mas não é. Os vírus que causam a gripe são nossos velhos conhecidos: nossos corpos sabem combatê-los. A “gripe espanhola”, causada pelo vírus Influenza (H1N1) é um exemplo histórico que ilustra bem o que acontece quando um novo vírus aparece e não há controle para uma epidemia.

E esse cenário - um vírus novo - é o que temos neste momento. Isso significa que não temos medicamentos para combater o SARS-CoV-2, muito menos vacinas. A última epidemia causada por um vírus H1N1 “diferente” (uma mutação) foi em 2009 e deixou muitos mortos: entre abril de 2009 e abril de 2010 foram registrados de 60 milhões de casos, com aproximadamente 270 mil hospitalizações e 12,5 mil mortos, só nos EUA.

De acordo com os dados que temos sobre o COVID-19, baseando-nos apenas nos números de Wuhan (China), a taxa de hospitalização varia em torno de 15% e a letalidade geral em torno de 2%. Vamos usar os dados da última epidemia de H1N1 supracitada com valores mais otimistas - 10% de hospitalização e 1% de óbitos - os mesmos 60 milhões de casos levariam cerca de 6 milhões de doentes aos hospitais e cerca de 600 mil pessoas morreriam.

Percebe-se que há uma boa diferença entre a gripe e a COVID-19.

Autores: Prof. Dr. Aydamari Faria
Coordenador da LINUFF
Yuri Almeida
Membro da LINUFF

Referências:
https://www.cdc.gov/flu/pandemic-resources/2009-h1n1-pandemic.html
Acesso em 21/03/2002
https://experience.arcgis.com/experience/685d0ace521648f8a5beeeee1b9125cd. Acesso em 21/03/2020.

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O NOVO CORONAVÍRUS (SARS-CoV-2) É UMA ARMA BIOLÓGICA?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Para responder essa pergunta precisamos entender algumas questões fundamentais. Vírus são os organismos mais simples (há debate sobre se são ou não seres vivos) que existem - e também um dos que mais se modificam geneticamente. Em outras palavras, os vírus, em geral, se dividem rapidamente e seu código genético pode sofrer mutações frequentes, as quais são decorrentes dessa rápida “reprodução”.
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Por causa dessas mutações é possível acompanhar o “caminho epidemiológico”, bastando para isso comparar os genes de um mesmo vírus (ou de vírus semelhantes, do mesmo gênero ou família) em diferentes momentos e/ou regiões onde eles incidem.
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Em relação ao SARS-CoV-2, diversos países já sequenciaram seu genoma e compartilharam os resultados com a comunidade científica global. Isso nos possibilita fazer uma análise comparativa com outros vírus da mesma família do coronavírus, inclusive os SARS-CoV e o MERS-CoV, que causaram epidemias graves, em humanos, há alguns anos, e assim identificar se o novo coronavírus é ou não uma arma biológica, entre outras coisas.

Como mostra Kristian G. Andersen (Andersen, 2020) em seu recente artigo, as mutações que ocorreram no SARS-CoV-2 indicam que ele foi originado através de processos naturais. Ao contrário do senso comum, desenvolver um vírus como arma biológica não é fácil e exige uma tecnologia muito específica.
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Vamos pensar em uma analogia: imagine um prédio de 20 andares. Agora tente imaginar uma forma para adicionar um andar inteiro no meio desse prédio. Seria necessário construir um andar inteiro fora do prédio, depois cortar o prédio, levantá-lo, adicionar o andar construído, juntar todas as partes e torcer para que o resultado final não caia. Sem falar no óbvio: imagine como ficariam o encanamento, a rede elétrica e funcionamento do elevador do prédio “novo”. (continua nos comentários).

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Pela analogia, fica mais fácil entender que além de ser uma tarefa muito difícil, ela deixaria muitas evidências de que foi feita. Esses seriam os desafios que teríamos, também, para fazer um vírus: qualquer tentativa de manipulação genética também deixaria pistas bem óbvias de que o vírus fora modificado por humanos.


Os dados de sequenciamento do código genético viral não trazem qualquer evidência nesse sentido e, mais além, mostraram que há uma forte semelhança genética com outros coronavírus naturais de animais (entre eles os coronavírus de morcego) e, em menor grau, com o SARS-CoV e com o MERS-CoV.


Dessa forma, as informações coletadas até o momento indicam que o novo coronavírus tem sua origem em processos naturais e que não há qualquer evidência de que seja “uma arma biológica”. Em meio a um problema de saúde global envolvendo o SARS-CoV-2, é importante conhecermos sua origem, pois isso nos permite elaborar estratégias mais eficazes de combate ao vírus, além da elaboração de ações futuras a respeito da prevenção de novos casos.
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Autor: Yuri Almeida 
Colaborador Acadêmico da LINUFF
Revisão: Prof. Dr. Aydamary Faria
Coordenador da LINUFF
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Referências:
Andersen, K.G., Rambaut, A., Lipkin, W.I. et al. The proximal origin of SARS-CoV-2. Nat Med (2020). https://doi.org/10.1038/s41591-020-0820-9

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